Morando em casa de família na França
4 coisas que descobri ao morar em casa de família na França
No começo de 2018 passei 15 dias em Paris, fazendo intercâmbio pela agência USB Intercâmbio. Fui para estudar francês na escola LSI Paris. Foi incrível, o casal (Marie-Estelle e o Georges) que me hospedou era muito querido (bem o contrário do que se pensa dos franceses). Outros estudantes dos mais variados países estavam morando na mesma residência, o que fez com que a convivência fosse ainda mais enriquecedora.
Além disso, a casa era repleta de arte, livros e natureza, o que me fez sentir confortável e “em casa”. Para estimular ainda mais as pessoas a se hospedarem na casa de franceses, resolvi contar as 4 melhores coisas de ter feito intercâmbio em Paris e de ter ficado hospedada em uma casa de família. Vamos lá? 🙂
- Aprender o idioma ficou ainda mais fácil
Eu falo o básico! Mas, no primeiro dia, cheguei falando meia palavra e misturando o inglês com o francês (faz parte né?). Fiquei com medo de não conseguir me comunicar com outras pessoas. Porém, já na primeira semana, deu para notar a diferença e o desenvolvimento, simplesmente por estar inserida nos costumes do país.
Meu vocabulário evoluiu muito nesse curto espaço de tempo, aprendi gírias que os locais costumam usar e perdi o medo de falar outro idioma.
Estudar francês e ouvir pessoas falando o idioma o dia inteiro fez toda a diferença! E, para completar, à noite eu jantava na casa junto com o casal e com os outros estudantes (uma chinesa, uma americana e um alemão). Essa era a hora em que cada um contava como tinha sido seu dia e isso ajudou muito com o aprendizado. Na mesa só podíamos falar em francês, obviamente.

2. Conhecer os costumes locais
Eu tinha meu quartinho na casa onde fiquei hospedada, porém passava o dia inteiro fora (pela manhã estudava e à tarde passeava), mas lá pelas 20h eu voltava para a hora do jantar. Confesso que isso me causou um choque cultural, pois aqui no Brasil (pelo menos lá em casa) as pessoas costumam comer cada um em um horário e sem conversar muito. Mas onde eu morei era bem diferente. Só se começava a comer quando todos já tinham se servido, e o jantar encerrava apenas quando todo mundo tinha terminado de comer e de conversar. Era costume elogiar a comida e no final, quem colocava a louça no lava-louças e arrumava a mesa éramos nós (estudantes).
No quesito comida em si, sempre havia uma entrada (sopa ou salada), prato principal, sobremesa e, no final, queijo e pão. No primeiro dia a gente ainda fez a brincadeira do Bolo Rei (galette de rois, onde quem encontra a surpresa do bolo é rei), que é super típica na França e foi bem bacana.

3. Outra Visão
A casa onde morei ficava em Montreuil, uma comuna francesa situada na região metropolitana de Paris, mais precisamente no departamento de Seine-Saint-Denis, na região de Île-de-France. Um local pequenininho, calmo e simples, sem perder o charme. Muito seguro, com grandes casas arejadas, restaurantes deliciosos e ótimo transporte público, mas bem diferente do centro de Paris. Uma área onde moram muitos imigrantes.
Toda semana havia uma grande feira de rua (tipo camelô aqui do Brasil) e eu sempre encontrava refugiados sírios pedindo dinheiro no metrô. Essas coisas existem NO MUNDO INTEIRO. Foi bom perceber que viver o sonho é bom, mas é importante sempre ter consciência das dificuldades das outras pessoas e pé no chão. Ter ficado hospedada nesse lugar foi muito importante para ver que a França não é só o centro turístico de Paris.

4. Descobri como a educação é fundamental
Me impressionei com a educação das pessoas, tanto dentro de casa quanto fora dela. Na rua, se você está tirando foto de algo, as pessoas esperam até você terminar para poder passar. “Desculpe” e “perdão” são palavras muito usadas. Ninguém esbarra em você no metrô e sai sem falar nada.
Em casa, sempre quando eu chegava, a Marie-Estelle perguntava como eu estava. Se eu perguntasse algo para alguém, a pessoa sempre respondia e depois falava “e tu?” no final, pois queria saber da minha visão. São pequenas coisas que me fizeram ver o quanto é importante sermos educados e gentis uns com os outros em todos os momentos.
Minha breve vida na França foi bem corrida, mas já deu para “sentir um gostinho” e espero poder voltar com mais tempo. Foi a melhor experiência da minha vida e torço para que todos vocês tenham a oportunidade de viver algo assim um dia.
Aliás, vamos conversar? Adoraríamos conhecer os leitores do Livres e Selvagens! Alguém aí já fez intercâmbio? Como foi? Conta pra gente!
Abração e até a próxima!
Notre Dame: de Paris ou de Reims? Você conhece alguma delas?
15 de agosto de 2018 @ 11:12
[…] Como foi morar em uma casa de família na França […]
Livros para ler em trânsito - 4 livros para ler no ônibus, no trem, no avião.
27 de agosto de 2018 @ 19:08
[…] e como ela pode (e deve) ser divertida e poderosa! Li ele praticamente todinho durante o intercâmbio em Paris e fiz até um post exclusivo. Leia […]
1 de dezembro de 2019 @ 17:09
Muito bom ler esse post! Vou para o intercâmbio com a LSI um julho/2020 e estava um pouco receosa de ficar em casa de família. Apesar de já ter estado em Paris esse ano, mas fazer um intercâmbio é uma experiência totalmente diferente.