Não engula o chiclete
Esse era o título do livro que vi na vitrine de um sebo ensebado no centro de Porto Alegre. As letras na cor rosa-chiclete tinham aspecto melecado, como uma goma de mascar grudada na capa de papel. Fiquei pensando como, entre dezenas de livros, aquele me chamou a atenção.
A partir daí, milhares de pensamentos se seguiram. Me deparei com o fato de perceber alguns detalhes pitorescos em cada momento ou local em que eu esteja. Detalhes importantes que aguçam os sentidos e o olhar. Aquele trevo de quatro folhas verde pintado na guarnição das janelas de um prédio secular do centro histórico. A falha na sobrancelha do homenzinho sem braços que vaga triste em frente a um estacionamento na rua General Câmara. A letra faltante na palavra “açores” da fachada de um prédio. São tantos detalhes, todos tão desiportantes. Ou não.