Real Gabinete Português de Leitura – Meu lugar no mundo
Se quando você morre vai para um lugar que ama, eu vou para este lugar.
Que por aqui a gente gosta muito de história você já sabe. Quando fui para o Rio de Janeiro decidi que não faria os passeios turísticos tradicionais (não conheci o Cristo Redentor e nem subi no Pão de Açúcar). O que eu queria mesmo era conhecer lugares históricos desse nosso Brasil que já foi colônia. E o Real Gabinete Português de Leitura fez parte da minha lista de “lugares para conhecer antes de morrer”. Ufa, risquei da lista com louvor.
O lugar é tão lindo, mas TÃO LINDO que eu fiquei com essa cara aqui:

Não conseguia entender a mistura de sentimentos que estavam rolando dentro de mim naquela visita. Dizem que quando você morre, vai para um lugar que ama, que é a sua cara. Eu vou pro Gabinete Português de Leitura (e já descobri que vou encontrar muita gente que conheço por lá!).

A história desse lugar é a seguinte: na época da colônia, lá por 1830, os portugueses queriam trazer conhecimento e erudição para o Brasil. Influenciados pela França, que depois da Revolução criou as “boutiques à lire” (lojas onde se emprestavam livros), Portugal adotou a mesma ideia e trouxe posteriormente ao Brasil.
A arquitetura incrível do lugar é de estilo neomanuelino, tipicamente romântica! Tem como características o naturalismo, a robustez, a inspiração na flora marítima e na náutica da época dos Descobrimentos. É um estilo bastante Português. Me lembra muito as bibliotecas dos livros e filmes de Harry Potter, o que me fez apaixonar ainda mais por cada detalhe.
O Real Gabinete Português de Leitura possui a maior e a mais valiosa biblioteca de obras de autores portugueses fora de Portugal. O seu acervo, inteiramente informatizado, tem mais de 350.000 volumes! A consulta é feita pelos leitores no salão da biblioteca, com o auxílio das bibliotecárias. É possível ser sócio e pagar uma mensalidade. Então, você pode levar até três livros pra casa por 15 dias (desde que sejam edições posteriores a 1950).
#PraCegoVer: Na primeira foto existe um vitral rico em vermelho e azul, como se fossem flores no teto. Na segunda foto, um pilar preto da biblioteca é todo decorado com detalhes em flores douradas.
Entre as obras mais raras da biblioteca podemos citar ” Os Lusíadas”, de 1572, que pertenceu à “Companhia de Jesus”. Estavam expostos vários exemplares diferentes desse livro (que me apavorou na época do vestibular). Lá ainda estão guardados manuscritos de “Amor de Perdição”, de Camilo Castelo Branco e o “Dicionário da Língua Tupy, de Gonçalves Dias, além de centenas de cartas de escritores.

De longe um dos lugares mais emocionantes que um amante dos livros pode visitar. E fica aqui. Do teu ladinho. De GRAÇA. A entrada não tem custo algum.
Conta pra gente nos comentários para onde você vai depois que morrer. Se és viajante, tenho certeza que é um lugar incrível! 🙂
Até o próximo post!
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